Ele Nunca Cresce — E Pode Curar o Próprio Cérebro

Imagine um animal que nunca cresce de verdade. Ele nasce com brânquias externas, vive na água como um girino... e simplesmente decide que está bom assim. Esse é o axolote — ou Ambystoma mexicanum — um dos animais mais enigmáticos e fascinantes do mundo. 

Nativo dos antigos canais e lagos da Bacia do México, especialmente do Lago Xochimilco, o axolote é um exemplo impressionante de neotenia, um fenômeno biológico em que o organismo mantém características juvenis mesmo depois de atingir a maturidade sexual. 

AXOLOTE

Ao contrário de outras salamandras, que perdem suas brânquias e passam a viver em terra firme, o axolote permanece aquático por toda a vida. Mas o que realmente chama a atenção dos cientistas é a sua capacidade extraordinária de regeneração. O axolote pode reconstruir membros inteiros, incluindo ossos, músculos, vasos sanguíneos, e até tecidos do coração, da medula espinhal e do cérebro.


 E o mais impressionante: sem deixar cicatrizes. Essa habilidade torna o axolote um modelo essencial em pesquisas nas áreas de biologia regenerativa, engenharia de tecidos e medicina regenerativa. Além disso, seu genoma é um dos maiores já sequenciados, com cerca de 32 bilhões de pares de bases, aproximadamente dez vezes maior que o genoma humano. 


Estudar esse código genético tão vasto pode nos ajudar a entender melhor como certos genes controlam o crescimento, a diferenciação celular e a regeneração.  Sua coloração natural, é escura e pontilhada, mas existem axolotes leucísticos, albinos dourados, melanóides e até variedades geneticamente modificadas que brilham sob luz ultravioleta.


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